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São José do Barreiro, SP

Serra da Bocaina

São José do Barreiro

Barreiro, como é conhecida por seus habitantes, era um dos mais importantes centros de produção cafeeira do país no inicio do século XIX e possui ainda várias fazendas daquele período que refletem toda a opulência econômica que a região viveu.

Antes de seu nascimento, dada a necessidade de núcleos urbanos para apoio à cultura cafeeira que prosperava na região, o local já era conhecido e utilizado como “via alternativa” para as tropas que faziam o transporte de riquezas de Minas para o Porto de Mambucada. A intenção era a de se evitar os postos de fiscalização e cobrança de impostos (“Barreiras”) da Coroa Portuguesa que funcionavam na Estrada Real e foi denominada “Trilha do Ouro”. Estes postos fiscais além da cobrança de impostos tinham entre suas tarefas impedir que a cachaça fabricada em Paraty e acondicionada em barris de madeira. chegasse aos inúmeros povoados do Caminho Velho ou Caminho dos Paulistas (Estrada Real) até Diamantina. Esta proibição se devia ao fato de que isso feria os interesses econômicos de Portugal, pois competia com a “bagaceira” importada. Serviu posteriormente para o escoamento da produção cafeeira da região.

O povoado foi fundado de 1.820 pelo Coronel João Ferreira de Souza, Alferes José dos Santos e Capitão Fortunato Pereira Leite em território pertencente ao Município de Areias (cidade vizinha) e edificaram uma Igreja sob a invocação de São José. A origem do nome se deve além da honra a São José, a um atoleiro que as tropas a muito custo conseguiam atravessar e que não podia ser evitado devido à vizinhança dos ferozes índios Guayanazes.

A linha do tempo…

Esta é apenas uma tentativa de seqüencial os fatos locais, nacionais ou de mais além, e que de alguma forma repercutiram na cidade. Pretende apenas inserir a cidade e a Fazenda São Benedito no contexto da época e nos provoca muitas perguntas ainda sem respostas, já que os fatos históricos já indicavam o fim do “ciclo do Café” e da riqueza proporcionada por esta cultura na época de construção da Fazenda..

■1822 – 7 de Setembro – D. Pedro I, após viagem em que passou por São José do Barreiro e fez pouso na Fazenda Pau D’Alho, às margens do Riacho do Ipiranga, proclama a Independência do Brasil. Inicio da Monarquia.

■1831 – D. Pedro I abdica do trono no Brasil e retorna a Portugal.

■02 de Agosto de 1833 – O povoado da hoje São José do Barreiro, foi elevado a Capela Curada (Capelas ministradas, em caráter permanente, por um pároco ou cura; são igualadas às paróquias), sua benção ocorreu em 29 de agosto de 1843.

■1840 – Golpe da Maioridade. D. Pedro II assume o trono com apenas 14 anos.

■09 de março de 1859 – Elevado a Freguesia com o nome de “São José do Barreiro”. Obs.: Freguesia é a representação civil das antigas paróquias católicas. É o nome que tinham as menores divisões administrativas e eram governadas por membros da “Assembléia de Freguesia”, eleita diretamente pelos cidadãos.

■1865-1870 – Guerra do Paraguai. Em novembro de 1866 foi decretado que os escravos que voluntariamente se apresentassem para lutar na guerra obteriam a liberdade. Morreram 40.000 homens, principalmente negros. Resultou em forte endividamento com a Inglaterra, principal beneficiária do conflito, que passou a influenciar diretamente a política e a economia do país.

■ 1870 – Lançamento do Manifesto Republicano

■1871 – Lei do Ventre-Livre, que tornava livre os filhos de escravos nascidos a partir desta data.

■1877 – Início da construção da Estrada de Ferro Resende-Bocaina com bitola métrica e que só atingiu São José do Barreiro em 1890. Totalizava 39 km de linha e foi desativada no final de 1928. Restaram dela apenas algumas pontes e a estação.

■10 de março de 1885 – Transformada em cidade pela Lei Nº 35 desta data, sendo desmembrada do município de Areias. Neste mesmo ano foi promulgada a Lei dos Sexagenários beneficiando os negros com mais de 65 anos. Novamente aqui, mais um sinal de que em breve a cultura do café já não poderia contar com o braço escravo.

■1887 – Construção da Fazenda São Benedito.

■1888 – 13 de Maio – Assinada a Lei Áurea, extinguindo a escravidão legal no Brasil.

■1889 – 15 de Novembro – Proclamação da República.

■1907 – Uma grave epidemia de varíola, seguida da Febre Amarela e Tuberculose grassa em Areias e municípios vizinhos. Luz, R.R., em seu livro “5 Cidades Paulistas” escreve: “Naquele ano de 1907, famílias apressadas, entristecidas, fartas pelo suceder de maus acontecimentos, vendiam suas propriedades, móveis, utensílios diversos. Abandonavam recordações, solidariedade, afetos, procurando novos horizontes, em rincões mais promissores, se bem que distantes.” A Fazenda São Benedito provavelmente foi vítima destes fatos.

■1919 – Monteiro Lobato publica pela primeira vez, em sua própria Editora (Monteiro Lobato & Cia) o livro “Cidades Mortas” numa referência a Silveiras, Areias (onde foi promotor de 1907 a 1911) e São José do Barreiro. Logo em seu inicio, escreve:” …nosso progresso é nômade e sujeito a paralisias súbitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflui com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando atrás de si um rastilho de taperas.” Ele antevia o futuro de nossa região.

■1926-1930 – Washington Luis é o presidente do Brasil e em 5 de maio de 1928 inaugura a ligação Rio-São Paulo que então tinha Barreiro no seu percurso. Hoje é a chamada “estrada velha” e no trecho de Cachoeira Paulista – Silveiras – Areias – São José do Barreiro-Bananal, ganhou o nome de “Estrada dos Tropeiros” – SP68. No final deste mesmo ano a Estrada de Ferro Resende – Bocaina era desativada.

■1929 – A Grande Depressão ou Crise de 1929, que derrubou a exportações e os preços do café. Os agricultores passaram então a investir seu capital na industrialização do país.

■1930 – Getulio Vargas assume o poder após golpe liderado pelos estados de Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba. Derruba assim, as oligarquias paulistas e a “política do café-com-leite” que consistia na alternância no poder de paulistas e mineiros.

■1932 – Em 9 de Julho eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932 ou Guerra Paulista. Insatisfeitos com o interventor nomeado por Getulio os paulistas começaram a tramar um movimento para sua derrubada, com o pretexto de proclamar uma nova constituição para o país. Os paulistas pretendiam através do Vale do Paraíba, chegar rapidamente ao Rio de Janeiro. As tropas paulistas avançadas se entrincheiraram em São José do Barreiro onde ocorreram os primeiros combates com forças federais do Rio Grande do Sul. Aqui o Cemitério dos Escravos foi escolhido como posto de observação da área., disto resultando a destruição de um grande número de monumentos. As tropas Gaúchas fizeram com que os paulistas recuassem para o Morro Frio, na saída da cidade, e alojaram-se na Fazenda São Benedito onde permaneceram até o encerramento do conflito, três meses após seu início. A região foi área de intensos combates, segundo relato de moradores do local. A rendição dos paulistas ocorreu em 02 de outubro na cidade de Cruzeiro.

■30 de Novembro de 1938 – Pelo Decreto Nº 9.775, passou a denominar-se “Barreiro”.

■1951 – 19 de Janeiro – O presidente Gaspar Dutra inaugura o novo traçado da ligação Rio-São Paulo que resultou em uma redução de 101 Km no trajeto. Este fato provocou um novo esvaziamento econômico da região hoje denominada “Fundo do Vale do Paraiba” e “Vale Histórico”.

■30 de dezembro de 1953 – Pela Lei Nº 2.456, novamente a cidade voltou a receber o nome de “São José do Barreiro”, constituída de um único distrito de mesmo nome.

O município…

Altitude = 510 m
População = 4.185 habitantes
Densidade demográfica = 7,32 hab./km2
Área total do Município = 570,7 km2
Gentílico = Barreirense

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